O encontro entre o Presidente Lula e o Deputado Arthur Lira no último domingo foi destaque em toda a imprensa e rendeu a liberação de empenhos das emendas parlamentares no valor de aproximadamente R$ 2,7 bilhões do Orçamento.

O destaque dos valores que devem ser liberados nos próximos dias ficou para as chamadas emendas individuais (RP6), que são as indicações realizadas pelos parlamentares separadamente, resguardadas pela cota que cada congressista possui do orçamento para indicação.

Depois desta reunião entre executivo e legislativo, as emendas liberadas neste mês de abril chegaram a R$ 5,3 bilhões, o que foi aproximadamente 3000% superior aos valores disponibilizados ao longo do mês de março, onde “apenas” R$ 152,8 milhões foram reservados pelo governo petista para as emendas.

Os dados constam do sistema Siga Brasil e ajudam a explicar o mau humor nas relações entre congressistas.

O presidente Lula se disponibilizou para um encontro com Arthur Lira, em uma tentativa de suavizar as tensões entre o presidente da Câmara e a equipe de articulação política do governo.

Essa equipe é chefiada pelo Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT-SP), que tem enfrentado críticas dos aliados de Lira.

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Além disso, a questão das emendas parlamentares não é o único motivo da crise. A demissão do primo de Arthur Lira, que ocupava a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas, também intensificou os desentendimentos.

Algumas notícias, como o desligamento desse parente de Lira do Incra, foram interpretadas como uma retaliação do Ministro Alexandre Padilha, depois de falas duras do presidente da câmara em relação à articulação política, segundo apuração do jornal Valor. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, procurou Lira para negar que Padilha estivesse envolvido nesse episódio.

De acordo com fontes, Rui Costa chegou a propor mostrar as conversas que manteve com Padilha em um aplicativo de mensagens sobre o assunto, como um meio de validar sua versão dos acontecimentos. No entanto, Lira não considerou isso necessário.

Os poderes resolveram se encontrar no fim de semana para atenuar a crise entre Planalto e o Congresso Nacional. Padilha e Rui Costa também jantaram na segunda-feira com os vice-líderes da base aliada do governo na Câmara.

A reunião aconteceu na casa de um dos parlamentares que integra a ala governista, o deputado Emanuel Pinheiro Neto (MDB-MT).

O líder do governo na Câmara, José Guimarães, estendeu o convite para a reunião na semana passada, durante um período de desentendimentos entre Lira e Padilha.

O objetivo era reunir os deputados aliados do governo para uma discussão mais abrangente “sobre política”, dada a frequente dificuldade do governo em manter uma relação harmoniosa com o Parlamento.

“Seria o início de encontros políticos, [para] conversar sobre política. [Vamos] fugir da mesmice de apenas discutir matérias legislativas, emendas e nomeações”, explicou um interlocutor do Palácio. Responsável por marcar o jantar, Guimarães admitiu na sexta-feira passada que a relação entre Lira e a equipe de articulação política do Palácio do Planalto precisa de “um consertinho aqui e outro lá”.

Por: Lucas A L Brandão / Portal Convênios – Fonte: Valor

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