De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), o orçamento destinado para a infraestrutura de transporte em 2023 será de R$ 18,7 bilhões, o que equivale ao triplo do valor alocado no ano anterior.

Em 2022, o orçamento para essa área foi de apenas R$ 6,6 bilhões, o menor valor registrado em 22 anos. Agora, em 2023, o valor autorizado é o maior em oito anos. Originalmente, a proposta de Orçamento previa uma redução de quase 10% na área de infraestrutura de transporte, mas os recursos foram aumentados após a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que ampliou o limite de gastos neste ano.

Embora o orçamento previsto para este ano seja considerado significativo, entidades setoriais e especialistas argumentam que ainda é insuficiente para atender às necessidades do país, devido à deterioração acumulada nos últimos anos.

CNT

Conforme a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), nos últimos anos, o dinheiro não foi suficiente nem mesmo para impedir a degradação dos ativos já existentes.

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O diretor executivo da CNT, Bruno Batista, destaca a importância de manter um nível alto e contínuo de investimentos por vários anos para restaurar o parque rodoviário do país.

Segundo ele, o atraso em realizar as devidas reparações só aumenta o custo da recuperação, já que pequenos problemas tendem a se agravar ao longo do tempo.

O economista Felipe Queiroz também defende esse posicionamento. “O investimento em estradas e infraestrutura é extremamente necessário para que o país continue crescendo. A ausência de investimento em infraestrutura prejudica não apenas quem usufrui diretamente daquela estrada, mas indiretamente toda a economia, porque diminui a circulação de mercadorias e de pessoas. A economia deixa de girar e de produzir riquezas”, reforça o economista.

CNI

Um estudo intitulado “Agenda de privatizações: avanços e desafios”, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), revela que para melhorar a qualidade da infraestrutura no Brasil, os investimentos anuais precisam atingir cerca de R$ 344 bilhões, enquanto o país atualmente investe somente R$ 135 bilhões.

De acordo com o levantamento, até 2026, são previstas nove concessões federais para rodovias com extensão de 4.526 quilômetros, além de 18 blocos de concessões estaduais com 4.745 quilômetros de extensão da malha rodoviária. 

Embora tenham ocorrido progressos nas concessões de transporte nos últimos anos, uma grande parte da malha rodoviária do país ainda depende dos recursos do Orçamento, já que nem todos os ativos são viáveis para a iniciativa privada. É o caso, por exemplo, de muitas estradas no interior do Norte e Nordeste.

O economista Felipe Queiroz explica que “não é porque [algumas estradas] não são rentáveis à iniciativa privada, que não deve ser investido. São famílias, são cidades, são pessoas que precisam de transporte, precisam continuar investindo, continuar crescendo. E a economia depende disso”, pontua.

O Ministério dos Transportes divulgou recentemente um plano de cem dias para os setores rodoviário e ferroviário que terá cerca de R$ 1,7 bilhão para retomar e intensificar obras. 

Fonte: Brasil 61.

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