Nesta terça-feira (10), a Polícia Federal (PF) deflagrou a “Operação Overclean”, visando desarticular uma organização criminosa suspeita de fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.

A ação ocorreu simultaneamente nos estados da Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás, resultando na prisão de 15 pessoas e na apreensão de bens avaliados em mais de R$ 162 milhões.

Esquema bilionário

De acordo com as investigações, o grupo movimentou cerca de R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos somente em 2024.

Os recursos desviados provinham de emendas parlamentares e convênios destinados a administrações municipais.

As emendas parlamentares, que deveriam ser aplicadas em projetos para melhorias em infraestrutura, saúde e educação, foram redirecionadas de forma ilegal para empresas vinculadas ao esquema criminoso.

A operação contou com o apoio do Ministério Público Federal (MPF), Receita Federal e Controladoria-Geral da União (CGU). Além dos mandados de prisão preventiva, foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e ordens de sequestro de bens.

Prisões e bens apreendidos

Entre os presos estão:

  • José Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, ligado à empresa MM Limpeza Urbana;
  • Lucas Maciel Lobão Vieira, ex-coordenador estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na Bahia;
  • Flávio Henrique de Lacerda Pimenta, servidor da Secretaria de Educação de Salvador;
  • Alex Rezende Parente e Fábio Rezende Parente, irmãos e empresários;
  • Francisco Nascimento, vereador eleito em Campo Formoso e primo do deputado Elmar Nascimento (União-BA).

Durante as buscas, a PF apreendeu dinheiro em espécie, três aeronaves, três barcos, dezenas de veículos de luxo e diversos imóveis de alto padrão. O total de bens sequestrados ultrapassa R$ 162 milhões.

Impacto nas administrações públicas

As ações da organização criminosa impactaram administrações municipais em diversas cidades, incluindo Salvador, Lauro de Freitas, Jequié, Itapetinga, Campo Formoso, Mata de São João e Wagner, além de Goiânia, São Paulo e Palmas.

Joias apreendidas com um dos alvos da operação — Foto: Divulgação/PF

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O esquema envolvia direcionamento de licitações e superfaturamento de contratos realizados entre as empresas suspeitas e as prefeituras.

Os suspeitos são investigados por corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, e lavagem de dinheiro. A cooperação internacional com a Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (HSI) também foi fundamental para o andamento das investigações.

A PF segue na busca pelos dois investigados que permanecem foragidos. Além disso, oito servidores públicos foram afastados de suas funções.

Os recursos recuperados serão destinados ao ressarcimento dos cofres públicos, enquanto as investigações continuam para identificar todos os envolvidos no esquema criminoso.

Por: Lucas A L Brandão/Portal Convênios.

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