O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anunciou no início da sessão plenária desta terça-feira (16) que o governo e o Senado entraram com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para prorrogar até 30 de agosto o prazo para encontrar uma solução para a compensação financeira da desoneração da folha de pagamento.
A petição foi apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU) em conjunto com a Advocacia do Senado. Com isso, Pacheco informou que a análise do PL 1.847/2024, prevista para esta terça-feira, foi adiada para quarta-feira (17).
No entanto, a expectativa do presidente do Senado é que, diante do acordo entre Executivo e Legislativo, o ministro do STF Cristiano Zanin conceda o prazo solicitado, o que resultaria na não inclusão do projeto na pauta desta quarta-feira.
Em maio, o ministro Zanin havia determinado que, em 60 dias, o governo e o Congresso chegassem a um acordo sobre o benefício concedido aos 17 setores da economia que foram desonerados.
O prazo se encerra nesta quinta-feira (18) e ainda não há consenso sobre as fontes de compensação. Pacheco destacou que todas as partes concordaram com a manutenção da desoneração da folha em 2024 e com a reoneração gradual até 2027.
“Teríamos 3 semanas [após o recesso] para amadurecer o projeto da desoneração, para que a gente possa ter uma decisão política que garanta a desoneração em 2024 e a reoneração gradativa até 2027, dando preferência a fontes de compensação que não representem aumento de carga tributária. Espero que isso possa ser adiado para 30 de agosto” — disse o presidente do Senado.
Pacheco e outros senadores apresentaram “um cardápio de medidas” para compensar a desoneração, entre elas a atualização de valores de imóveis na declaração do Imposto de Renda, a abertura de um novo prazo de repatriação de recursos no exterior e Refis para empresas com multas e taxas vencidas cobradas pelas agências reguladoras.
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O relator da proposta e líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), celebrou o acordo para o adiamento.
Ele apontou que as sugestões apresentadas pelos senadores para compensar a desoneração da folha ainda são difíceis de calcular e aposta no amadurecimento do projeto até o final de agosto.
“Esta Casa tem trabalhado a favor do país, buscando consenso entre governo e oposição e entre posições diferenciadas. Um lado estima que cobrirá [a compensação necessária]. Outro estima que não cobrirá. Só saberemos o valor quando fizermos os programas” — avaliou.
Reoneração gradual
Com a desoneração, as empresas beneficiadas podem substituir o recolhimento de 20% da contribuição sobre a folha de salários por alíquotas de 1% até 4,5% sobre a receita bruta.
O texto prevê uma reoneração gradual:
2024: desoneração total;
2025: alíquota de 5% sobre a folha de pagamento;
2026: alíquota de 10% sobre a folha de pagamento;
2027: alíquota de 15% sobre a folha de pagamento;
2028: alíquota de 20% sobre a folha de pagamento e fim da desoneração.
Fonte: Agência Senado.