Em parceria com o Instituto Alziras, foi lançada a segunda edição do Censo das prefeitas brasileiras.
O retrato da representatividade feminina na política foi apresentado na manhã desta quarta-feira, 27 de abril, no palco do Movimento Mulheres Municipalistas (MMM), durante a XXIII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM).
A fundadora do MMM, Tania Ziulkoski, foi quem fez a abertura oficial e destacou a contribuição dada tanto pela Confederação como pelo MMM para a realização deste Censo.
“Nós reconhecemos que as pesquisas anteriores foram um sucesso total, pois serviram como base para entendermos a realidade em que estamos inseridas. Para nós foi uma honra também, pois a pesquisa realizada pela CNM sobre a Covid serviu como insumo para este Censo. Vimos que Municípios geridos por mulheres foram mais bem-sucedidos em relação ao combate à pandemia”, disse.
Thaís Lima Mendes analista técnica da CNM, também fez uma introdução e lembrou o quanto conhecer a realidade das mulheres na política ajuda no aprimoramento do trabalho desenvolvido pelo MMM.
“Esta é uma pesquisa muito interessante para desmistificar várias informações equivocadas sobre como as mulheres entraram na política, demonstrando o quanto elas são bem instruídas, muitas vezes não vêm de famílias ligadas à política. Todas, independentemente do cargo que estão, enfrentam muitas dificuldades para o crescimento na política”, comentou.
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Números do Censo das prefeitas
De acordo com o Censo das prefeitas brasileiras, desenvolvido pelo Instituto Alziras, em parceria com o MMM e a CNM, o Brasil está dividido da seguinte forma, no que se refere a Municípios governados por mulheres: região Norte tem 15% dos Municípios; Sul com 9%; Sudeste 8%; Centro-oeste 12%; e Nordeste com o maior percentual, 17%.
Vale destacar ainda a experiência política, pois 70% já foram eleitas em outros cargos, o que significou um aumento de 16% em relação à pesquisa realizada em 2016.
A respeito dos obstáculos por ser mulher na política, 47% das gestoras responderam ao Censo indicando que a falta de recursos para a campanha é um dos pontos que mais pesa. Além disso, destaca-se o desmerecimento pelo fato de serem mulheres, representando 34% das respostas; e 26% falam sobre o assédio e a violência no espaço político.
A fundadora do Instituto Alziras, Michelle Ferreti, apresentou um panorama da pesquisa para todas as gestoras presentes e destacou que o “Município é a porta de entrada para as mulheres na política. Muito do que elas fazem fica invisível, mas as mulheres contribuem muito para a democracia. Não tivemos um avanço importante da primeira pesquisa para cá em termos de números de eleitas para cargos do Executivo, mas nossa ideia é diminuir o custo que essas mulheres pagam para estar na política e oferecer a melhor orientação às nossas gestoras”, finalizou Ferreti.
Para ter acesso a todos os dados do Censo, clique aqui.
Por: Victor Gomes Da Agência CNM de Notícias.