Vários Municípios de todas as regiões do Brasil, que contam com transmissão analógica podem ficar sem TV digital até 2023, conforme aponta avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU).
O Tribunal de Contas da União (TCU) fez acompanhamento para avaliar se a transição do sistema de transmissão analógica para o sistema de transmissão digital da televisão aberta terrestre está ocorrendo de acordo com as premissas da política pública de implantação do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T).
O trabalho também verificou se os recursos destinados pela licitação da faixa de frequência de 700 MHz para custear as despesas relacionadas à transição tecnológica estão sendo aplicados de maneira a contribuir com seus objetivos.
A fiscalização apontou riscos tais como: municípios que atualmente possuem acesso à televisão aberta terrestre por meio da transmissão analógica poderão não ser digitalizados e ficar sem a transmissão da comunicação em tecnologia digital até 2023. Também as famílias de baixa renda poderão ficar sem acesso à TV digital.
Há ainda a possibilidade de utilização do saldo de recursos aportados na Entidade Administradora do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV (EAD) em projetos que não contribuam para o alcance dos objetivos da política pública de transição ao Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T) nem para o alcance dos objetivos estabelecidos no edital de licitação da faixa de 700 MHz.
Televisões sem conversores por região do país
A proporção dos municípios que não possuem domicílios aptos para receber a TV digital pode ser vista abaixo:
- Sudeste: 7,7%
- Sul: 10,6%
- Centro-Oeste: 12,7%
- Norte: 18,5%
- Nordeste: 23,8%
Em decorrência dos trabalhos, o TCU determinou ao Ministério das Comunicações que institua planejamento para o desligamento do sinal analógico dos municípios que ainda não possuem a transmissão de TV digital, incluindo cronograma de implementação.
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Deverá ainda haver a definição de ações, metas, indicadores, prazos e responsáveis por ações, competências dos atores envolvidos e mecanismos de monitoramento e avaliação, de maneira a viabilizar a continuidade de acesso no mínimo aos mesmos canais em tecnologia digital para as populações que contam atualmente com a transmissão analógica da televisão aberta.
A unidade técnica do TCU responsável pela fiscalização foi a Secretaria de Infraestrutura Hídrica, de Comunicações e de Mineração. O relator do processo é o ministro Augusto Nardes.
Por: Secom TCU.